O grito
O escuro
E então vi você
Entre vultos e delírios
Só lembro de te ver
Dancei curvas
Dancei erros
Mas não me arrependi
Louco santo excomungado
Que antes mesmo eu quis
Hoje aponta com escárnio
Nem sabe mesmo o por que
A vergonha, como navalha
Deixa
a
sujeira escorrer
De olhos míopes que não me deixam
De bocas vesgas que grunhem palavras
Santo do álcool, pequei
não nego
Por tuas mãos sou condenada
À guilhotina do não saber
Já sem cabeça, palavras voam
Tentam a verdade
lhe ignoram
A seita puta de puritanos
Procura o cheiro da carne viva
Arde a fogueira Queimam as chamas A brasa quente do moralismo
Transforma em mito um erro humano
Os restos fracos ainda rastejam tentando um fim inesperado
Me decepciona o curinga a quem desejo
Porém
Pensa ele que antes foi decepcionado.