domingo, 23 de junho de 2013

De dentro


De dentro
Gabriela Prado

Se tivesse máquina dessas
Grande, moderna, poderosa
E mostrasse meu mundo inteiro de dentro
E expusesse assim,
Vitrine de mim.

Pingaria ponto novo ali no canto da tela.
É de corar pele pensar, eu bem sei.
Cada transeunte a passar... assistindo sem pena, sem fim.
E brota borrão, brota mancha ...
Chamaram desgosto,
Eu disse dor.

“Dor que brotou? Dor que pintou?” - ainda insistiu, voz curiosa.
“Dor que engoli”.