terça-feira, 24 de novembro de 2009

Divina Comédia

Divina Comédia
Gabriela Prado

Essa minha alma de palhaço

Que ri de ti sem se acanhar

Transformo seu mundo em picadeiro

Brinco contigo espírito arteiro

Divina comédia

Tragédia engraçada

Essa tua cara molhada

Não me comove mais

Te taco tomates

Te grito absurdos

Minha culpa encarnada

Amor, você não passa de uma piada

Foi você jogador

Quem distribuiu as cartas erradas

Mal sabia, meu amor

Nesse jogo eu sou formada

A primeira rodada é

Recompensa da ansiedade

Mas quando sua consciência blefa

Num só golpe te levo tudo

Possuída pela sua própria maldade

Peça piedade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Corrompido

Corrompido
Gabriela Prado

Pra que amor

Se o vermelho inflama

Queimando faminto com suas cegas chamas

Qualquer esperança que abriga a mente sã

Sua intensidade mesmo que eterna

E por mais forte que seja sua fúria

Pouco importa diante o tempo

Com seu sopro gélido

Que transmuta em cinzas

Pó seco negro

Quase tóxico de desespero

Na terra infértil bem enterrado

Brota por dentro o caminho corrompido

Direto ao precipício por ti cavado

Pobre já podre

Todo estragado

Lhe queimou tudo

O coração

Homem já restos

Quebrado em vão