quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Culpado

Culpado
Gabriela Prado



Vida pouca, gulosa
assassina melindrosa
nesse ringue sem vitória
banco um bobo por acaso
insisto, vivo por viver.

Que verdade há na certeza
de que a dor é a razão
de que quem vive no azul fosco
com suas gotas molha o sol
pra espremer arco furta cor.

Pouco acredito em belas palavras
que abraçam e aquecem ego maltratado
esmola conformada, criança mimada
aceita o breve por temer
o medo destilado.

Condena-me então
pois bebo com sede
e afogo-me nesse veneno tão sóbrio.
Condena-me por duvidar
por questionar tua liberdade regressiva
que perfuma a vaidade.

Filho da ordem e do progresso
perdeu há tempos sua nacionalidade
Me julga júri de mil olhos
sem rosto, sem fala
pois eu nego teu moralismo
sim eu finjo, sim eu falho.

Sou pequeno como um recém nascido
e tão grande quanto o abismo em que caiu
de infinito assim me faço, pois de nada feito eu sou.

2 comentários:

  1. Gabee, Adoro seus textos. São ótimos.
    Este é encantador, Congratulations!

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  2. Ei você tem blog, que dahooora.
    Gabi, seus textos são animais!

    beijos!

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