Eleição
Gabriela Prado
Olho... Alguém na minha frente...
A boca torta, que salta a face
Olhos deformes que vetam os meus
E dizem não...
E dizem que não vejo ninguém.
Ouço narizes tão nacionalistas
Cantam a pátria como hino pessoal
Que pátria ? Que hino ?
Filhos do discurso banal.
Ainda cedo minhas mãos
Que clamam palavras bonitas
Vibram histórias repetidas
De uma merda original
No meu peito brasileiro
Vive o orgulho emprestado
Da minha fome, da desgraça
Da minha esmola mensal
E eu brado ao Ipiranga
E qualquer que não me ouvir
Deus, salve a ingnorância
Maior investimento nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário