quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eleição

Eleição
Gabriela Prado


Olho... Alguém na minha frente...
A boca torta, que salta a face
Olhos deformes que vetam os meus
E dizem não...
E dizem que não vejo ninguém.

Ouço narizes tão nacionalistas
Cantam a pátria como hino pessoal
Que pátria ? Que hino ?
Filhos do discurso banal.

Ainda cedo minhas mãos
Que clamam palavras bonitas
Vibram histórias repetidas
De uma merda original

No meu peito brasileiro
Vive o orgulho emprestado
Da minha fome, da desgraça
Da minha esmola mensal

E eu brado ao Ipiranga
E qualquer que não me ouvir
Deus, salve a ingnorância
Maior investimento nacional.

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