domingo, 30 de agosto de 2009

Poente

Posto esse texto que segue abaixo, que apesar de tê-lo escrito como uma homenagem para meu avô em seu aniversário ano passado, acabei não tendo a oportunidade de usá-lo. Hoje, infelizmente, a oportunidade se fez e usarei como homenagem para uma outra pessoa, tão merecedora quanto. Pessoa que foi cedo demais, e tão inesperadamente que não nos deu a chance de uma despedida. Mas que ficou tempo suficiente para eternizar sua essência. É difícil colocar em palavras todo amor e também dor que ficou de tudo isso, de tantos anos, toda minha vida. Resta então o silêncio.
Vó, todo o amor do mundo é pouco, mas mesmo assim insisto, te amo.

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Poente
Gabriela Prado





Tempo que passa levando vontades
Tempo que foge e nos rouba amores
Tempo sóbrio, tempo único
Tempo faminto que me consome tão rápido

E me afoga, e me inunda
E corrói tolos sonhos

Tempo que não é meu
E ainda assim me leva embora
Que canta minha canção
Conta aos frescos minha memória

E diz tão doce em tom amigo
Que o tempo é curto. Para mim demora

Aquele mesmo que me apaga à anônimos
Nos faz eterno a quem adora
Destila atos no esquecimento
Complexos pedaços de mim, de glória

Torna-me herói por um momento
E torna mito a minha história.

2 comentários:

  1. Excepcionalmente bom. A pessoa destinada a esse poema está mto orgulhosa de vc ao lado de Deus =]

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